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wtvjunkie |
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Por que eu continuo olhando para essa caixa preta do inferno.
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wSaturday, February 15, 2003 |
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POST MORTEM
Curiosamente, de meus blogs falecidos, esse ainda é o mais visitado. Quase um ano depois, de vez em quando alguém ainda me fala que passou por aqui para reler. Possivelmente com o mesmo prazer perverso de quem lê uma Veja velha no consultório do dentista. Então, alguma atualização, em homenagem de Martha Batalha, Flávio Costa e outros (re)visitantes.
O que tem estado na minha tela, nesse tempo? Vejamos.
Buffy permanece como o prazer culpado, cada vez menos culpado e cada vez mais prazeroso. Que quase ninguém entenda isso não me incomoda muito. É uma pérola pop, ainda não reconhecida.
Drew Carey é outra. Um humor maravilhosamente surrealista, com ecos MontyPhytonianos, sobre uma situação completamente americana: um loser, gordo, de óculos, que bebe cerveja histericamente e se defende do mundo com seu humor cáustico. Com amigos improváveis, que parecem seguir a orientação de Cortázar para seu livro 62 Modelo Para Armar: personagens movidos mais por reações químicas do que psicológicas. São como amebas coloridas com diálogos impossíveis. E ao mesmo tempo terno e insigthful, se você me acredita.
Anne Fortier Uma série nova, canadense, sobre uma psicóloga criminal, que investiag serial killers. Parece cliché, mas é temperado por uma certa desordem psicológica de Anne, que passa a vida tropeçando e não conseguindo se relacionar com os outrps seres humanos. E um rico cast de coadjuvantes. Dizendo assim não parece muito, mas tem um ritmo próprio e é como um desses pratos que você imagina que não vá gostar, mas continua repetindo. O que me leva a Monk , esse sim, o detetive mais disfuncional do mundo. Um gênio da investigação, que tem medo de altura, do escuro, de água, de sujeira, de leite... ele só consegue executar sua mágica com a ajuda da fiel escudeira-enfermeira Sharona, uma santa que o conduz por esse mundo tortuoso. Um tesouro de humor e esperteza.
Enfim, muita coisa. Não quero me alongar aqui por demais nessa (re)volta. Nesse ano também comecei a fumar, me mudei, consegui uma tv maior e assinei o pay-per-view do Big Brother, oh insanidade. Mais detalhes em um futuro próximo. Hoje só amanhã, como dizia o grande José Simão.
Meet Drew Carey.
Drew Carey parece conciliar coisas impossíveis: o humor rasteiro dos americanos gordos que tomam cerveja e assistem futebol (como Drew) com um elenco MontyPhytoniano em sua estranheza e tiradas surrealistas com uma visão terna dos relacionamentos neuróticos, que parece ter vindo direto de Woody Allen. Como Allen, Drew é o tipo que não tem a beleza a seu favor e ganha o mundo com seu humor, voltado tanto contra ele mesmo como contra sua arquiinimiga: a teatral Mimi, um espécime de white trash mais gorda do que ele, maquiada como uma integrante do teatro kabuki e com roupas que parecem roubadas de algum circo dirigido por Barhs Lurmann. Se pareceu muito, é. É um show que prima pelo excesso, mas nada está sobrando. A cada segundo uma piada nova explode e incrivelmente, ela parece funcionar para todos os níveis de platéia. É um pequeno milagre e ele não faz alarde disso. É um show de risadas fáceis na superfície, mas que está cheio de jóias, para quem consegue vê-las. Vale a pena tentar.
posted by
Odyr at 10:06 AM
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