|
|
wtvjunkie |
|
|
|
Por que eu continuo olhando para essa caixa preta do inferno.
|
|
|
|
|
|
|
|
|
wSaturday, April 06, 2002 |
|
|
|
Shakira reinventada e redesenhada para o mercado americano. De Alanis Morrissete latina para diva multicultural. As raízes pretas do cabelo seriam um forma de resistência ou algum estilo de pintura que me escapa? E aquela barriga construída em laboratório? Uh, juro que perturba meu raciocínio.
Eu sei, ela resultou um produto estranho. Em alguns takes você poderia pensar que é Mariah Carey. Mas o timbre mantém uma particularidade, uma certa personalidade. Seria um resquício negociado de identidade? Cartas para a redação.
Mas também aprecio a ironia da latina conquistando o mercado americano sem pedir licença. No mesmo clip ela consegue ser Mariah Carey, Britney Spears e Alanis Morrissete, com vantagens. Ao contrário de Britney, ela canta. Ao contrário de Mariah, ela tem atitude. Como que dizendo – se preciso ser isso pra vencer aqui, posso ser todas. Way to go, girl.
posted by
Odyr at 7:28 PM
|
|
|
|
|
|
|
|
wWednesday, April 03, 2002 |
|
|
|
Não quero passar aqui pelo ridículo de me achar profético, mas alguns postings atrás, eu escrevia sobre a possibilidade quase pornográfica contida no Big Brother, de se poder olhar de frente para alguém chorando, sem envolvimento, só com a volúpia do olhar.
Então, faz todo o sentido pra mim que tenha ganho Kleber, o bom selvagem, a criança em corpo de homem, capaz de rir e chorar e ficar excitado em público, tudo em um minuto, sem qualquer filtro da civilização, sem constrangimento, auto-censura, auto-consciência. O penso, logo existo não se aplica pra ele. Ele simplesmente existe. Me lembra de uma entrevista que Marília Gabriela fez com Carla Perez, onde dizia (na cara dela) que ela era o sonho de todo brasileiro: corpão de mulher e uma mente de criança. É isso. Kleber é esse corpo inanimado por uma inteligência.
Faz sentido, enfim. Ganhou o Brasil da Carla Perez, da Xuxa, do padre que ensina a aeróbica do senhor, do infantilismo terminal. Um país em regressão constante, que parece grato a cada oportunidade de voltar para o útero.
posted by
Odyr at 4:51 AM
|
|
|
|
|
|
|
|
wTuesday, April 02, 2002 |
|
|
|
A silhueta de Patolino domina majestosa minha sala. Do alto dos seus 12 centímetros de borracha colorida, ele inspeciona de braços cruzados minhas esparsas atividades. Não há muito o que ver. Como ele está sobre a tv, o panorama é geralmente o mesmo: eu olhando para a tv abaixo dele com aquele olhar estupidificado clássico que a tv pôe em todos. É tão constrangedor ver nos outros esse olhar fixo de quem dorme acordado. Mais uma das vantagens de se morar sozinho. A única testemunha de minha idiotização é Patolino. Que, convenhamos, não pode exigir muito.
(Alguém irritado poderia perguntar pragmaticamente: “ Mas afinal, ele gosta de televisão ou não? ”
Bom, eu dediquei um site a isso. Não posso me fingir indiferente. Minha posição é : sou um usuário, como quase todo mundo nesse planeta. E como um fumante, sei o que estou ingerindo. Só que, como disse Dave Sim, em um ensaio recente, é ingenuidade imaginar o mundo sem televisão. É a droga de escolha das massas, e ponto.
O que se pretende aqui é um diário de uso, no espírito do Junkie, de William Burroughs, que narrava quase clinicamente as infinitas substâncias que ele ele cheirava, injetava, bebia, fumava...
Assim como ele pretendia fugir dos extremos de demonização e romantização que a droga sofria, minha idéia é documentar o processo. O que vejo, porque vejo, como experiencio isso. Alguém falou que às vezes esquecemos dos filmes que vemos porque os experimentamos como sonhos. Com a tv é o mesmo. É um consumo anônimo, do qual nos envergonhamos um pouco e sem o qual achamos impossível viver. Esse fica como um daqueles cadernos de sonhos do lado da cama, que tenta trazer algo do mundo fantasmagórico dos sonhos.)
E a nota inocente do Patolino virou uma declaração de princípios tardia para o site. Que seja.
posted by
Odyr at 1:56 PM
|
|
|
|
|
|
|